Elon Musk leva seu show a Paris e se reúne com Macron
Na agenda da reunião estavam Inteligência Artificial, redes sociais e marco regulatório do setor
O excêntrico e polêmico proprietário da Tesla e SpaceX, Elon Musk, reuniu-se nesta sexta-feira (16) com o presidente francês, Emmanuel Macron, para falar de Inteligência Artificial e veículos, antes de dar uma palestra para 4.000 pessoas.
O empresário chegou de Tesla ao Palácio do Eliseu, em Paris, e saiu do encontro com Macron sem dar declarações.
Na agenda da reunião estavam Inteligência Artificial, redes sociais e marco regulatório do setor, enumerou o presidente francês na quarta-feira, durante o VivaTech, o grande salão europeu de tecnologia.
"Também vou falar com ele sobre carros, baterias e este setor, para elogiar o atrativo francês e europeu", disse Macron.
O presidente, que já se reuniu duas vezes com Musk nos últimos meses, espera convencê-lo a instalar na França uma fábrica de baterias da Tesla, sua empresa pioneira em veículos elétricos.
Na cúpula Choose France, realizada em meados de maio em Versalhes, o bilionário prometeu que a empresa faria "investimentos significativos na França".
A promessa não se concretizou, e a Tesla pode acabar optando pela Espanha, quase quatro anos após ter escolhido Berlim para sua primeira fábrica no continente.
Macron sabe muito bem que este empresário, que acaba de obter autorização nos Estados Unidos para testar implantes cerebrais com sua empresa Neuralink, tornou-se uma força política do outro lado do Atlântico.
Os conservadores bajulam-no por sua luta contra a censura e por ter restabelecido a conta do ex-presidente Donald Trump no Twitter.
Mas suas posições políticas não desanimam os visitantes do Vivatech, que estão ansiosos pela chegada da principal estrela do mundo da tecnologia.
Provocador e libertário, o proprietário da Tesla, SpaceX e acionista majoritário do Twitter será questionado por suas decisões em meio a uma disputa com a União Europeia sobre a regulação da rede social.
O bloco comunitário, incluindo a França, critica o empresário por sua recusa a controlar a desinformação e o discurso de ódio na plataforma.
Após comprar a empresa em 2022, Musk disse que, agora, a plataforma é "livre" e demitiu metade da equipe, incluindo grande parte dos moderadores de conteúdo.
No final de 2022, o comissário europeu Thierry Breton instou-o a controlar os conteúdos, em virtude da lei de serviços digitais da UE, sob a ameaça de uma multa equivalente a 6% de sua receita.
No final de maio, Musk irritou ainda mais os ânimos, ao retirar o Twitter do código de boas práticas da UE contra a desinformação. O ministro francês do setor, Jean-Noël Barrot, chegou a ameaçar "proibir" a plataforma.
Em sua conferência programada para as 16h locais (11h no horário de Brasília), o empresário também poderá esboçar sua visão sobre inteligência artificial (IA), sobre a qual ele lançou ideias contraditórias.
Musk cofundou a OpenAI, criadora do ChatGPT, mas acabou deixando a empresa. No auge do setor, pediu a suspensão de seu desenvolvimento, alegando seu potencial ameaçador para a humanidade. Depois, fundou sua própria empresa de IA.