Oposição defende Silvinei; governistas veem ação política
A reunião durou mais de dez horas. A CPMI volta a se reunir na quinta-feira (22)
Ao final do depoimento de Silvinei Vasques à CPMI que investiga os atos de 8 de janeiro, diversos parlamentares opinaram sobre a oitiva. A reunião durou mais de dez horas. A CPMI volta a se reunir na quinta-feira (22).
Na avaliação de vários senadores da oposição, as respostas do ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostraram que não houve uso da entidade para medidas antidemocráticas ou para dificultar que eleitores votassem.
Elogiaram e defenderam o depoente os senadores Magno Malta (PL-ES), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados André Fernandes (PL-CE), Marcos Feliciano (PL-SP), Nícolas Ferreira (PL-MG), Julia Zanata (PL-SC), entre outros.
Flávio Bolsonaro disse que Silvinei Vasques provou, com dados e documentos, que a PRF não foi usada para crimes eleitorais. Na opinião do senador, no dia 8 de janeiro não houve tentativa de golpe no Brasil, mas negligência das autoridades na proteção da Praça dos Três Poderes e das sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário.
"Não houve nenhuma tentativa de dificultar a votação de ninguém, em especial no Nordeste. Não tem um registro de ocorrência, no Brasil inteiro, de alguém que não tenha conseguido votar por causa da atuação da PRF", afirmou Flávio Bolsonaro.
Aparelhamento
Outros parlamentares insistiram na tese de que a PRF foi usada pelo governo Bolsonaro para atrapalhar as eleições de 2022, entre eles os deputados federais Gervásio Maia (PSB-PB), Henrique Vieira (PSol-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Carlos Veras (PT-PE), entre outros.
"Nos últimos anos, essa instituição acabou sendo aparelhada, do ponto de vista político-ideológico, pela gestão Bolsonaro. E a PRF, que deveria ser uma polícia de Estado, foi quase rebaixada a uma milícia de governo, que tentou influenciar no resultado das eleições", afirmou a deputada Duda Salabert.
Pelo Twitter, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou: “Resumo da oitiva de hoje: Quem deveria falar a verdade, mentiu. Quem deveria se calar, enquanto o colega falava, se alterou e tumultuou. Nada disso nos demove no caminho a ser perseguido. Fatos, atos e provas prevalecem em detrimento de narrativas e tentativas de tumulto”.
*Da Agência Senado