Dimas diz que poderíamos ter iniciado a vacinação antes
O diretor do Butantan presta depoimento à CPI da Pandemia no Senado
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, presta depoimento nesta quinta-feira (27) à CPI da Pandemia. Em sua apresentação inicial, ele afirmou que houve um oferecimento de 60 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal ainda em julho de 2020, mas o instituto não recebeu uma resposta efetiva. Segundo o pesquisador, em outubro de 2020, foi feita uma nova oferta de 100 milhões de doses e apenas neste mês houve uma “sinalização positiva para que a vacina fosse incorporada”.
Na ocasião, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, mas horas depois foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Óbvio que isso causa uma frustração da nossa parte. Voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. Mas aí já com algumas dificuldades. A inexistência de um contrato com o ministério, que é nosso único cliente, colocava uma incerteza em termos de financiamento. E já tínhamos contratado com a Sinovac uma parte importante do projeto", disse Dimas.
Além disso, Covas ressaltou que o Butantan solicitou verbas para eformar uma fábrica e fazer estudos clínicos, o que foi negado.
"Poderíamos ter iniciado a vacinação antes do que começou? Já tínhamos as doses, já estavam disponíveis. E eu, muitas vezes, declarei em público que poderíamos ser o primeiro país a começar a vacinação", afirmou Dimas.
O presidente do Butantan afirmou que em dezembro de 2020 o Instituto Butantan já possuía 5,5 milhões de doses da CoronaVac estocadas e 4 milhões em produção. Nessa mesma época, só haviam sido vacinadas 4 milhões de pessoas em todo o mundo.
*Com a Agência Senado