Guto diz que "medicação preventiva" evita surto no Ceará
Medicação não tem eficácia comprovada pela ciência para o tratamento Covid-19
O técnico do Ceará, Guto Ferreira, afirmou que o clube dispõe de um "protocolo de prevenção" à covid-19 e indicou, sem muitos detalhes, que os jogadores, comissão técnica e funcionários podem usar, se quiserem, "medicação preventiva", que, porém, não tem eficácia comprovada pela ciência para o tratamento da doença.
"A gente é testado direto e tem acompanhamento médico o tempo todo. Quando acontece de aparecer um caso dentro do nosso trabalho, no espaço de dois ou três dias todos os envolvidos com aquela pessoa são testados", disse Guto Ferreira em entrevista ao programa Show do Esporte, da Band.
"Existe até, para aqueles que querem, um protocolo de prevenção, de medicação preventiva, e isso faz com que o Ceará tenha caso (de Covid-19) sim, mas não teve surto nenhum que pudesse trazer alguma preocupação grande dentro do clube", completou o treinador.
Embora especialistas em saúde contestem seu uso, o chamado kit covid tem sido adotado como um protocolo de tratamento precoce contra a covid-19 por parte de municípios brasileiros. Ivermectina e azitromicina, por exemplo, são alguns dos fármacos que fazem parte da combinação de medicamentos usados para a profilaxia ou tratamento precoce da doença, mesmo sem existir comprovação científica sobre os benefícios aos pacientes.
Em resposta ao Estadão, a assessoria do Ceará informou que o clube "segue o protocolo da secretaria municipal de Saúde" e que a "conduta permanece sob sigilo médico". De acordo com o clube, "qualquer informação sobre uso de medicamento por atleta/paciente é sigilosa". A equipe também ressaltou que "os tratamentos são feitos por base individual" e que "existe uma análise caso a caso", sem um "protocolo fixo para prevenção ou tratamento".
Em outra entrevista, ao canal TNT Sports, Guto avaliou que se sente "muito mais protegido" dentro do clube porque tem contato diário com os médicos e revelou que a equipe cearense já até pagou testes de covid-19 para outros times do Estadual. Por entender que o protocolo do Ceará é seguro, ele disse ser a favor da continuação do futebol. "Tem que seguir por vários motivos, principalmente pela parte econômica e mental dos envolvidos", opinou o treinador.
Nas últimas semanas, o Ceará teve quatro casos de jogadores infectados no elenco: o goleiro João Ricardo, o lateral Kelvyn e os volantes Pedro Naressi e William Oliveira.