UFRPE poderá parar atividades em novembro, segundo reitor
O motivo é a falta de recursos financeiros para o pagamento de contas relacionadas à manutenção da instituição, como gastos com luz, água e salários de profissionais terceirizados
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) informou que poderá paralisar suas atividades acadêmicas e administrativas durante os últimos meses de 2022. O motivo é a falta de recursos financeiros para o pagamento de contas relacionadas à manutenção da instituição, como gastos com luz, água e salários de profissionais terceirizados.
Ao LeiaJá, o reitor da universidade, Marcelo Carneiro Leão, explicou o problema: “A situação, não somente da UFRPE, mas das universidades públicas do país, é de um corte recorrente nos últimos anos, tanto na parte de investimento, que é uma parte do orçamento, quanto na parte de custeio, que são aqueles recursos que a gente paga energia, água, terceirização, bolsas e etc.”
De acordo com a instituição, a universidade só terá verbas suficientes para arcar com os custos até o mês de outubro. O agravamento da situação se deu devido aos sucessivos cortes nos repasses de verbas, que deveriam ser realizados do Governo Federal para a UFRPE.
“No caso específico da Rural, nós tivermos uma perda, nesse ano, de 32,5%. Fizemos todos os ajustes possíveis para tentar chegar até o final do ano. Infelizmente, há um mês e meio, com a questão da PEC do Governo Federal que retirou recursos do Ministério da Educação, nós perdemos na rubrica do funcionamento mais 14%, então a situação ficou de fato extremamente difícil para manter a universidade funcionando nos meses de novembro e dezembro”, esclarece o reitor.
Marcelo informa que irá a Brasília para entrar em diálogo com o Ministério da Educação (MEC), na tentativa de receber uma recomposição. “Eu estou indo no dia 15 de setembro para tentar e no retorno estaria chamando a comunidade universitária para ver qual decisão iremos tomar", explicou.
Ainda ao LeiaJá, o reitor não confirma que haverá paralisação da universidade, apenas o risco. “Não, necessariamente, significa paralisar a universidade em novembro e dezembro, pode até chegar a isso, caso não haja nenhuma recomposição ou alternativa da própria comunidade, mas, para isso, eu vou aguardar essa ida ao MEC", salienta.
“Na volta, iremos apresentar de forma transparente todos os dados e tomar as decisões necessárias. Obviamente que a gente quer a manutenção do funcionamento pleno da nossa instituição até dezembro”, finaliza.